Disseste "embora"?

Nesta fase de mudanças, aos poucos e poucos, e ontem mais violentamente, tenho aprendido que nem sempre a presença é companhia e nem sempre a ausência é solidão.

No que nos diz respeito, sei bem que meses de afastamento não retiraram os tiques e manias com que estou contagiada (como fill as conversas de other línguas). Parece-te que vou embora? Não vou. Esquece lá essa ideia de que te vais esquecer de mim – achas que deixo?!

No teu caso, estás comigo sempre. No teu caso, vamo-nos rir das mesmas coisas, ainda que a quilómetros de distância. No teu caso, sou menina para me arruinar a telefonar-te só para perguntar se compro o verde ou o azul (embora saiba que vai ser o azul). No teu caso, recuso-me a ter saudades e azucrino-te a cabeça até pores os pés onde quer que eu esteja. E sei que tu sabes que sei que vais lá estar.

No teu caso, não há endógeno, ou exógeno, ou cinco anos, ou distância, ou absolutamente nada que reduza a nossa presença em nós. Não és um episódio, és toda a série do Neighbours.

No que te diz respeito, meu amigo / irmão / protector / confidente / aliado / cozinheiro / professor / aluno... (a lista não dava outro post, mas todo um outro blog), para todos os inimagináveis efeitos legais ou extra legais – não há zoom que te safe: não vou a lado nenhum.