domingo, outubro 14, 2007

Não há sinais

Precisava de um...
Liguei o rádio, fiz a minha pergunta, negociei com ele que a próxima música me daria a resposta...
O rádio começou a cantar "upside down" do Jack Johnson... E para isso não preciso que o rádio me diga nada...
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Fui então à net... Olhei para o ecran e expliquei ao google a minha questão, insisti que era urgente, respirei fundo e escrevi "dá-me um sinal"...
O google enfiou em minha casa poemas sem sentido, desabafos de gente com problemas do mesmo género, sinais de trânsito... Não!
Fui à página 4... Uma música dos xutos e pontapés (com mar e desemprego, mas sem o meu sinal)... Fui à página 7... Palavras sem nexo que mesmo desgarradas não me explicavam nada...
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Olhei então para a mosca varejeira que havia entrado pela janela sem licença. Contei-lhe (em voz alta) que achava a sua espécie nojenta, mas que lhe garantia que não a matava se ela me dissesse o que queria. Ela perseguiu-me, voou à minha volta mas continuava a não fazer sentido. Passeou pelo vidro mas não desenhou nada de concreto. Eu persegui-a, gritava-lhe que não me estava a ajudar! Que se não fizesse sentido brevemente eu ia buscar o Raid!...
Mas nem assim.
Não fui buscar o Raid, se calhar ela esforçou-se e eu é que não percebi. Abri a janela mais próxima, mandei-a de volta, livre, e desejei-lhe boa sorte na mesma.
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Olhei para o telemóvel, novo, novinho em folha... Passeava as horas para cima e para baixo no screensaver. Não falei alto com ele (já basta a sensação de loucura do monólogo com a mosca...) e aguardei...
Pedi-lhe mentalmente, mentalmente baixinho... "Dá-me um sinal".
Mas deu-me números, e não decifrei os números.
Esperei que ele tocasse... Talvez a próxima pessoa que telefonasse... Talvez a primeira frase que o próximo interlocutor me dissesse...
Mas o telemóvel é novo... Não tem experiência e não conhece as minhas necessidades transcendentais. Ficou irritantemente preto, quieto e calado, os números obscuros a saltitar.
Não preciso de saber as horas! Não são as horas que me interessam!
Foi por muito pouco que não o atirei janela fora: seria injusto, devo dar-lhe o benefício da dúvida e deixá-lo amadurecer na minha mão. Ao menos não é uma mosca nojenta (e se essa se safou...), talvez cresça e perceba que não me pode fazer isto.
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Não há sinais... Podia efectivamente absorver que o único sinal é que estou a ficar louca. Mas seria um pouco contraditório. A minha loucura assinala-me apenas que não há sinais, mas continuo sem saber o que significa esse sinal...
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Da próxima vez... peço respostas. Os sinais são muito complicados.

3 Comments:

Anónimo said...

sem sinais e sem respostas; só com uma mensagem: és um meu pensamento diário.

What's in a name? said...

:-)
E fazes-me falta cá em baixo...
Bjs mil!

Flamingo à solta said...

os sinais soa uma merda sim...
e dp a hist do n haver coincidencias so piora, mas um a ceretza eu tenho... os sinais podem falhar-te, mas tens um brilho tao grd em ti que é impossivel n encontrares o teu caminho
e eu estou ctg!