terça-feira, fevereiro 07, 2006

DISCORDO - II

Posso pensá-lo? Será que podemos todos pensar que existe uma religião que faz (voluntariamente) alguns (muitos) dos seus crentes acreditar que matar pessoas de outras religiões é bom?
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Ou, atrevendo-me a ir “inaceitavelmente” mais longe, será que posso achar que isso não é lá muito simpático?..
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Pergunto-me, já a medos, posso dizer isto a alguém?!!..
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Já agora, (não sei... não sei se não vou ser incinerada por dizer isto...) será credível um Governo vir admitir que uma publicação num jornal é susceptível de “provocar uma guerra” sem, concomitantemente, passar a controlar essa maléfica possibilidade, i.e., sem passar a censurar tais perniciosas armas? E agora? Faz-se um Decreto-lei a exigir que todas as caricaturas de líderes religiosos passem pelo MNE, ou são só as relacionadas com a religião Muçulmana?
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- Um Mundo em que Seres Humanos não têm capacidade de aceitação sobre o que outros Seres Humanos fazem, dizem ou pensam, e reagem de forma violenta e irracional é mau...
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- Mas um Mundo em que quem fez, disse ou pensou, volta atrás e se limita no que sempre defendeu, com medo das represálias de quem não concorda, é pior.

1 Comment:

What's in a name? said...

Não concordo Mito (mas gosto que discordem de mim!).

Também acho que nem tudo o que nos é negado é motivo suficiente para a luta e o confronto. Mas acho que a expressão de uma opinião deve ser tão permitida (e defendida) quanto a discordância com a mesma.

Quero fazer notar que, ao contrário dos termos em que muitas pessoas parecem ter colocado esta questão, acho o direito à indignação tão absoluto (ou mesmo complementar) quanto a liberdade de expressão. Ou seja, acho perfeitamente admissível que o mundo islâmico se sinta ofendido com os cartoons (embora, admitindo que por ter uma cultura diferente, não entenda a incapacidade de auto-crítica destes), o que não tolero é a forma de reacção desproporcionada que é “imposta” (imposta no sentido da violência física e principalmente psicológica) ao mundo ocidental. E muito menos a aparente aceitação disto por parte dos governos ocidentais.

Se o tal “muro” posto à minha frente ofender aquilo que considero um direito meu, o pior será a resignação. E dependerá de cada um o quanto acha que vale a liberdade para tentar (sem perder a razão) destruí-lo.

Depois... creio que é tão culpado quem faz a bomba quanto quem a utiliza, mas mais culpado será quem, tendo um ascendente psicológico sobre os demais, faz crer que utilizar a bomba é uma coisa positiva.

Não sei se falar de falta de liberdade “àquelas pessoas” será uma falta de bom senso, sei que, até agora, não tem sido muito bem-sucedido... Mas tenho a certeza que limitar a liberdade que nós temos por causa daquelas pessoas é... Admitir-lhes razão, submeter-nos àquilo em que não acreditamos... é, no fundo, construirmos um muro em volta de nós próprios.

Bjs!